A AURA PERFORMÁTICA DAS DELEBS HOLOGRÁFICAS
Holograma, performance, aura
Nesta última década o uso da tecnologia holográfica para produzir homenagens póstumas a artistas falecidos tem-se tornado relativamente comum, à medida que é uma forma de “ressuscitar” o artista e trazê-lo para mais uma aparição diante de seus fãs. Dito isto, procuramos compreender de que forma esta prática remete ao que entendemos enquanto performance, a partir de suas definições que, inevitavelmente, perpassam pela noção de presença. Assim, tomamos como objeto de pesquisa as delebs (dead celebrity) holográficas de Tupac Shakur (2011) e Michael Jackson (2014), que foram especificamente planejadas de modo a encenar uma performance inédita destes artistas. Por fim, visto que lidamos com a tensão entre a ausência e a sensação de presença de um corpo, articulamos a discussão supracitada à noção de aura, a qual é submetida aos meandros do corpo celebrado destes artistas pop, cuja adoração sacraliza-os e distancia-os de tal forma que produz uma dimensão aurática ao seu redor, tal qual uma figura religiosa. De modo que as dimensões aurática e performática entrecruzam-se nas imagens holográficas destas figuras icônicas, cuja materialidade e experiência permite o levantamento destas e de outras problemáticas no campo da sensibilidade e da comunicação.