"Mobilização de metais por biocarvão de lodo de esgoto"
Sorção de metais, biosorvente, água, remediação
Ao contrário dos poluentes orgânicos, os metais pesados não podem ser degradados, são persistentes no ambiente, podendo bioacumular-se, além de serem extremamente tóxicos. Muitos métodos foram desenvolvidos para lidar com a remoção de compostos metálicos de águas residuais. No entanto, a maioria dessas tecnologias pode estar associada com alto custo de operação e apresentam inconvenientes, como problemas de descarte de lodo, o que aumenta a necessidade de desenvolver tecnologias de tratamento de água, capazes de remover contaminantes metálicos, alternativos e de baixo custo. Dessa forma, surge a possibilidade da conversão termoquímica de resíduos orgânicos em um produto denominado biocarvão. A possibilidade de converter diversos resíduos em biocarvão permite o gerenciamento dos mesmos, permitindo uma destinação final adequada, evitando o seu lançamento diretamente na natureza, e a contaminação dos solos e das águas subterrâneas, além do aproveitamento de biomassa com grande potencial energético, diminuindo a carga de poluição associada com o meio ambiente. Sendo ainda, um método promissor para a remoção de contaminantes metálicos da água e do solo. Este trabalho teve objetivo de avaliar a eficiência de biocarvão na sorção de Cu, Cd e Pb e Zn. Para isso foi utilizado lodo de esgoto pirolisado em três diferentes temperaturas (350°, 450 e 600°C). Para o ensaio de adsorção dos metais, foi pesado quatro diferentes teores de biocarvão de lodo de esgoto em tubo de polietileno (2,5: 5,0; 7,5 e 10,0g), foram adicionados 100 mL de uma solução polimetálicas contendo Pb, Cd e Cu. Posteriormente agitadas por 72 horas em agitador horizontal a 160 rpm. Em seguida filtradas e analisadas no absorção atômica (Varian, 240S). Nos extratos foram analisados as concentrações de Cd, Cu e Pb e calculadas pela diferença entre a quantidade de metal adicionada e a quantidade remanescente na solução de equilíbrio. A capacidade de adsorção dos biocarvões variou em função das diferentes temperaturas e do peso de biocarvão adicionados a solução. A temperatura de 600° foi quem mais adsorveu os teores de metais. As temperatuas de 350º e 450º apresentaram de forma semelhante na adsorção dos contaminantes quanto ao peso do biocarvão. A aplicação do biocarvão do lodo de esgoto na solução policontaminada reduziu expressivamente a concentração dos elementos tóxicos presentes na solução, principalmente do Pb e Cu, mostrando-se um bom adsorvente para esses contaminantes.