ESTOQUE DE CARBONO E NITROGÊNIO EM ÁREAS DE VEGETAÇÃO NATIVA E ANTROPIZADA NO MUNICÍPIO DE IRECÊ
Caatinga, conversão, agroecossistema, solo, matéria orgânica.
Nos últimos anos a vegetação de Caatinga passou de 68% para 47%, e as áreas antropizadas cresceram de 32% para 53% da superfície total do Bioma Caatinga. A crescente conversão do ecossistema natural em agroecossistemas, com a redução da cobertura da vegetação nativa no semiárido nordestino tem levado à degradação dos recursos naturais, provocando alterações significativas na fertilidade natural e na dinâmica da matéria orgânica do solo. As diferentes práticas adotadas influenciam de forma direta nos estoques de carbono e nitrogênio. O objetivo da pesquisa foi avaliar as variações nos estoques de carbono e nitrogênio do solo e na atividade biológica, em função do uso agrícola e da antropização da Caatinga. O estudo foi realizado em um Cambissolo de textura argilosa no município de Irecê-Ba (11° 18' 58, 44" S e 47° 49' 48,11" W). Foram coletadas amostras em três áreas (Caatinga nativa, Caatinga pastejada e mamona integrada com pastagem), em quatro profundidades (0-5, 5-10, 10-20 e 20-40 cm). Foram avaliados atributos químicos, físicos e microbiológicos. Os resultados obtidos indicam que a mudança de uso nas áreas de estudo está colaborando para que ocorram mudanças nos padrões físicos do solo (densidade do solo e porosidade total); o carbono da biomassa microbiana do solo não se mostrou como um bom indicativo das mudanças de uso e manejo do solo. Houve variações nos estoques de C entre as áreas de Caatinga pastejada (45,05 Mg ha-1), Caatinga nativa (54,06 Mg ha-1) e mamona/pastagem (52,82 Mg ha-1); para o N-total, o maior acúmulo se deu nas camadas mais profundas, apesar de não haver variação nos estoques entre os sistemas de manejo.